Em 2003, a família comemorou as bodas de platina (70 anos) dos nossos pais. Ele já completara 93 anos e nossa Mãe tinha 88 anos de idade. Os convidados vieram do mundo todo a São Paulo para este evento. O número de descendentes de quatro gerações chegou naquele momento a 112. No final das festividades, nosso Patriarca, em uma cadeira de rodas, já que não podia ficar em pé por muito tempo, falou em português. Ele agradeceu a todos. “Durante todos esses anos”, disse ele, “eu realmente tenho amado minha esposa, Maria, que ainda está aqui ao meu lado esta noite. Ao Brasil e a seu povo, eu estarei sempre grato por ter nos acolhido tão generosamente. É uma dívida que eu, um homem idoso, já não posso retribuir, mas pedirei que meus filhos e netos o façam, ajudando os pobres e os necessitados...”.
Foi um momento de muita emoção para toda a família, ao presenciarmos essa declaração do seu carinho e amor por nossa mãe, e sua intenção de inspirar uma missão para os seus filhos e netos.
No dia seguinte, a família se reuniu para ouvir os nossos pais refletirem de maneira mais particular sobre as suas vidas, e as lições a serem aprendidas por aqueles a quem eles deixariam seu legado. Ao olhar ao redor da sala para os adolescentes e os jovens casais, nosso Pai disse: “Nunca tenham medo, sejam corajosos! As coisas podem parecer obscuras, mas vocês têm que seguir em frente e encontrar o seu caminho ... nunca se escondam, nunca se escondam, nem recuem.” Era um tema que vivenciamos tantas vezes ao longo da caminhada da família.
Quando chegou a vez de nossa Mãe, ela disse: “Eu quero complementar o que o seu pai e Ahtia (‘Vovô’, em chinês) acabou de dizer. Vocês devem sempre lembrar que o amor real e verdadeiro é uma luta!” Mais tarde, Barry Naughton, que é casado com a nossa sobrinha, Mary Ann, comentou: “É incrível o que Hobu (‘Avó’, em chinês) disse. É a primeira vez que eu ouvi falar de amor como sendo uma luta!” E, na verdade, é!
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